segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Devaneios de Iossale, o caixeiro viajante!

Depois de abastecer sua Kombi na 25 de Março com mercadorias de "alta qualidade", pensou sobre algo que tinha visto numa loja; uma bolsa vistosa, talvez "importada do Paraguai ou da China" - cujo valor 8,00 lhe chamou a atenção; Esta tipo de bolsa, já tinha visto numa vitrine em loja de grife, na rua Gabriel Monteiro da Silva por 585,00. - Deu ré, e voltou para loja, olhou a bolsa, e perguntou ao vendedor de olhos amendoados que devia ser chinês, se o preço era aquele mesmo. Sim disse o vendedor, só no atacado; - Depende, disse Iossale, o que é para você atacado. Mínimo de dez dúzias disse o vendedor. Iossale pensou e disse: se eu comprar 20 dúzias, você reduz o preço? - Espere um pouco disse o vendedor, vou perguntar ao meu pai. (orientais em geral, trabalham em família), voltou e disse, podemos dar 3% de desconto.- Iossale propôs pagar 5%; Os orientais, tem concepção própria de negociar; dão um preço já acrescido com 3%, e desse desconto não arredam pé.- Iossale já sabia disso, mas ele queria comprar as bolsas e revender em lugarejos ou pequenos povoados. Mandou empacotar as bolsas, pagou e partiu. Um amigo em viagem de ferias foi parar num povoado chamado Águas Claras, e indicou esse local para Iossale, que era o destino de sua viagem. Horas depois de enfrentar estradas vicinais de terra chegou a Águas Claras. O calor era escaldante, Iossale, suava por todos poros, precisava de um banho, para isso procurou uma pousada onde se hospedou. - De banho tomado, vestindo sua habitual camisa esporte xadrez, foi jantar. Perguntou ao dono da pousada, o Zé Silva,- "incrível esse nome e sobre- nome" era encontrado em quase todos lugares que ia a negócios; Seu Zé, porque esse lugar é chamado de Águas Claras? - O Zé perguntou-lhe o nome, mas de outra forma; qual a sua graça? - Iossale que não estava acostumado com essa expressão disse; Não tenho graça nenhuma, só quero saber o porquê do nome deste lugar, Águas Claras. Seu Zé homem simples, disse; seu nome, por favor; Ah sim, desculpe, estou sem graça, meu nome... pode me chamar de Zé. - O senhor está vendo uma montanha lá no fim do horizonte, mais abaixo tem uma abertura entre pedras onde escorre um fiozinho de água, e desce avolumando com mais água que escorre para baixo, são águas claras que passam a 200 metros de minha pousada, são límpidas cristalinas, é a mesma que eu ponho na jarra da mesa e que o senhor já tomou e é nome de minha pousada deste vilarejo. Obrigado, já matei minha curiosidade; tem como ir aquele lugar e ver a fonte dessa água? - Tem sim senhor, a picada para chegar lá não é essas coisas, é muito ruim, só com um jeep com tração nas quatro rodas. Iossale, e como você chegou lá, você tem esse jeep?(já começaram a se tratar como velhos conhecidos, empregando o você ao em vez de senhor) Sim eu tenho; o Sr. Jamil, gosta muito desse lugar, deixa seu filho na loja da Rua dos Turcos em S.Paulo e vem passar uns dias aquí, na minha pousada, falando nisso ele está para chegar amanhã. Iossale, estranho esse nome de rua e perguntou;
Zé, essa rua que voce chama dos Turcos, não é rua 25 de Março? - È isso mesmo, essa loja fica quase encostada numa loja de chineses, que vendem bolsas, minha mulher ganhou uma do Sr. Jamil. - Iossale, franzindo a testa; foi presente? Foi presente sim, depois que ele vendeu o seu Jeep tração quatro rodas para mim, e uso para levar meus fregueses a passeio, principalmente ver a fonte de onde vem essas Águas Claras. Zé, eu sou muito curioso; posso ver essa bolsa? Sim, vou pedir a minha mulher; - Nininha, esse moço, quer ver a bolsa que você ganhou do Snr. Jamil, lembra? - então traga aquí. - Iossale ao ver a bolsa teve um chilique, quase desmaiou, era a mesma que ele tinha comprado as dúzias por 8.00 a unidade, com desconto de 3%, para vender em Águas Claras, as mulheres de fazendeiros da região por 500 reais em suaves prestações, e pior, ele conhecia o turco; vizinho que era da loja de bolsas do chinês. - Iossale pediu a conta ao Zé, que intrigado perguntou? - Você me disse que veio para cá para descansar por alguns dias, e já vai embora porque? - não gostou da minha pousada? – Gostar, gostei... mas lembrei que preciso estar amanhã num vilarejo chamado Vem que te quero, onde tem uma benzedeira que cura todo tipo de doença. Zé, você está doente, temos aqui perto uma benzedeira que cura até bicho do pé, vamos lá? Obrigado meu amigo Zé, eu não tenho bicho no pé, o que tenho mesmo uma cabeça de burro que atrapalha meus negócios. E ela é boa para limpar essa cabeça. Tchau Zé...

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