segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Olhai as borboletas!

Iossale o caixeiro viajante, de volta para São Paulo foi visitar velhos amigos do pletzl; esquina Rua da Graça com a Corrêa de Melo. Todos com bonés, óculos, roupas simples, formando um grupo homogêneo a comentar sobre a situação do mundo. Todos eram juízes de suas próprias idéias. – Oi Iossale, tens novidades? Muitas, mas quero saber o que vocês, tem para me contar.O “chefe” do grupo, Jacob, do alto de sua autoridade disse-lhe; Não é bem novidade aqui no Bom Retiro, O Boris, da camisaria Shmates, perdeu uma fortuna no jogo de poker, não tem como pagar; Mas ofereceu sua mulher, aquela Grisale, como garantia.

Garantia? Como; Amor! – que história é essa? È isso mesmo, pagaria com o amor da mulher. E a Grisale consentiu? – Lógico; O Boris quando vem da seções de poker, deita e dorme; esquece das obrigações amorosas, e ela que está sempre no “cio” como cadela que é, pede amor e o Boris só quer dormir, portanto...para se livrar dela por uns tempos, oferece o que ele não pode dar. E a Grisale, se aproveita e goza com o sabor do orgasmo.

Iossale, pensando em suas borboletas; As “Meninas” das Pousadas, cozinheiras, arrumadeiras e garçonetes, pode até escolher a mais bonita, e fazer amor sem compromisso. Mas nos seus 20 anos de estrada,sempre negociando, vendendo mercadorias da mais alta qualidade, compradas na 25 de Março, fez seu pé de meia, comprou seu apartamento onde ficava quando voltava de suas viagens. Saia para ver os amigos, dava uma volta pela sua preferida 25 de Março; ver as novidades, e recomeçar a rotina. Na volta ao apartamento, pegava seu diário, fazia algumas anotações em vermelho; ”Preciso casar, ter filhos, constituir uma família, estou chegando as 35 anos, é o meu horizonte; preciso pensar no futuro, procurar minha companheira até que o divorcio nos separe, mas meus filhos continuarão talvez algum se forme médico, principalmente geriatra, que me cuide na velhice, que chamamos de terceira idade. A morte é tão certa, quanto a matemática; não há como escapar. Mas procurar uma boa mulher hoje em dia é tão difícil quanto agulha em palheiro. Principalmente se for bonita, simpática e fiel.Sei que é missão impossível, mas sou teimoso, vivo a procurar; em quanto isso, tenho minhas “borboletas, que me consolam .e me satisfazem”, mas os anos passam, não posso pará-los; olho-me no espelho e falo; será que este cara, não consegue sua cara metade? - ficará solteirão o resto da vida? – tenho que pensar e rápido, negócios á parte, a vida tem que seguir, uma família é o meu horizonte, e espero que não seja um “horizonte perdido, - Falo ao espelho e o cara; Iossale, se manca, corra senão o bicho pega. – se ele te pegar, você vai para eternidade deixando para a posteridade e o governo tudo conquistado com o suor do teu rosto. É o Horizonte de um homem, que conquistou sua independência financeira; mas não conquistou uma companheira que dela fizesse parte, com filhos, - principalmente uma família.

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