sexta-feira, 12 de junho de 2009

O Irã vai hoje às urnas sob olhar do Ocidente

Essas eleições são verdadeiros quebra cabeças para o mundo, que vem mantendo um silencio notável. Nos EUA e Europa, as autoridades não se arriscam a prever o resultado. O silencio é a política mais segura, pois nenhum candidato iraniano quer ser reconhecido como favorito ao Ocidente.

A experiência passada também impõe cautela. Em 2005 alguns esperavam que o moderado Akbar Hashemi Rafsanjani, vencesse a Mahmoud Ahmadinejad.

O resultado da eleição tem um observador muito atento,se perguntam autoridades ocidentais.

Ali Khamenei é quem decide questões políticas externas. É um dilema, pois gestos calorosos de opositores ao Aiatolá sugerem um pouco de cautela.

A confusão ressalta esse dilema, pois Washington tenta abrir um diálogo com um inimigo com o qual não mantém relações diplomáticas há mais de 30 anos. Martin Indik, diretor do Centro Saban de Política do Oriente Médio no Brooklin Institution afirma; enquanto os EUA não tiverem um diálogo formal com o Irã, será difícil saber que rumo a coisa está tomando, porque há inúmeras incógnitas. A influência religiosa dos Aiatolás tem muito peso nas decisões políticas. Decifrar o "status quo" do sistema iraniano - uma mistura de teocracia e democracia - é um desafio de se esperar. A eleição presidencial é competitiva mas também tem uma parte encenada: há instituições que eliminam os candidatos que não forem considerados suficientemente islâmicos. “This is the question" diria o famoso teatrólogo britânico.

Tem mais: com as milícias islâmicas revolucionárias, de elite – que geralmente atendem os "desejos" de seu chefe, Ali Khamenei, estará formado o palco para uma encenação do espetáculo das eleições. O futuro dirá. A paz no Oriente Médio depende muito deste cenário. Vamos aguardar.

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