terça-feira, 18 de agosto de 2009

Joaquim Nabuco, o Abolicionista

Num artigo de Luiz Fernando Viana, sobre os 16O anos do nascimento do abolicionista Joaquim Nabuco, será inaugurada no Museu Histórico Nacional, no Rio a exposição "Joaquim Nabuco : Brasileiro Cidadão do Mundo" (numa correlação parecida, em Israel, condecora-se pessoas que ajudaram cidadãos judeus, a fugirem dos campos de concentração nazistas) Justos entre os mais justos, era a frase dita às pessoas condecoradas. Um cidadão alemão, Schindler foi um deles, um embaixador japonês na Lituânia e um brasileiro Oswaldo Aranha foi outro a honrar a civilização, contra as bestas nazistas.

Mas voltando a Joaquim Nabuco, uma frase; A missão do governo é fazer por política o que a revolução fazia pela força. O historiador José Murilo de Carvalho, num comentário sobre Nabuco disse: Não aceitava os protestos escravistas brasileiros contra a interferência britânica pela abolição. Não podemos ser autenticamente brasileiros senão incorporarmos valores da civilização. (O que tem a igreja católica, na época, a falar sobre a civilização, ao dizer que os negros não tinham alma?) Para Nabuco, não bastava o fim da escravidão."era só o inicio do protesto". Havia toda a tarefa de incorporar os escravos libertos na comunidade". Seria uma tarefa de 100 anos, especulava Nabuco,mas o tempo já se passou e ela não foi concluída.

A sua fala mais famosa ajuda a explicar tamanha demora: "A escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional no Brasil." Se um recém liberto comprava um escravo para si, é porque já estava enraizada na cultura nacional uma certa"fraqueza do sentimento do direito civil". Ou seja, a liberdade individual está acima do bem publico, principio perverso que a classe política comprova dia a dia."Prefiram uma carreira obscura de trabalho honesto á acumular riqueza fazendo ouro dos sofrimentos inexprimíveis de outros homens" escreveu ele, critico da "classe única" que dirigia o país " só se preocupando dos seus interesses de classe, de manter o jogo férreo de seus monopólios desumanos e atentatório da civilização universal".

Entre os livros escritos por Joaquim Nabuco, os principais são; “O Abolicionismo” – “Um Estadista do Império” - e “Minha Formação”. O lado sedutor de Nabuco que lhe valeu na juventude o apelido de "Quincas o Belo" está mais claro em "Os Mundos de Eufrásia”, biografia romanceada de Eufrásia Teixeira Leite, seu grande amor, com quem Nabuco teve idas e vindas, mas não se casou. Mas essa passagem de sua vida romântica, não manchava a biografia de um grande homem; Joaquim Nabuco o Abolicionista!

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